domingo, 4 de outubro de 2009

Introdução


Senhor, como é grande o vosso nome em toda a Terra! Salmo 8
Disse o louco no seu coração: "Deus não existe!" Salmo 14


Neste tempo em que homens e mulheres - idosos, de meia idade e jovens - distraídos do fundamental, cada vez se assemelham mais àqueles miúdos de que fala Jesus no Evangelho que se queixam uns aos outros de não serem ouvidos nas suas brincadeiras, colocam-se aqui alguns trechos, poucos, que nos falam dessa questão suma - a existência de Deus.
Embora possuamos formação académica filosófica, desde há muito que não cultivamos a filosofia; por isso situar-nos-emos no campo mais alargado da cultura geral e menos nesse outro, mais específico, das profundas considerações filosóficas.

Já no séc. I a.C. Cícero escrevia em Roma que não havia nenhum povo que negasse a existência de Deus; e a investigação moderna não refutou essa constatação.
Como chegaram então os povos à afirmação da existência de Deus (ou de Deuses)?
Basicamente, pelos mesmos caminhos que hoje nos levam a ela: pela observação de que nada existe sem uma causa adequada, pela observação de que as leis que que regem o mundo cósmico, físico ou biológico exigem um legislador, pela observação de que a beleza e variedade do mesmo mundo impõem a afirmação duma inteligência ordenadora. Em última análise, requerem um Ser racional criador.
É assim que está implícito por exemplo no célebre Salmo 8 (incompleto nesta transcrição).

Como sois grande em toda a terra, ó Senhor, nosso Deus!
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,
a Lua e as estrelas que lá colocastes,
que é o homem para que Vos lembreis dele,
o filho do homem para dele Vos ocupardes?
Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes;
destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:
Ovelhas e bois, todos os rebanhos,
e até os animais selvagens,
as aves do céu e os peixes do mar,
tudo o que se move nos oceanos.

E a posição inversa, a da negação de um Deus criador e providente, lança o homem no abismo do total sem sentido, onde, por exemplo, a vítima nunca poderá esperar justiça proporcionada contra o seu algoz, onde o assassino não identificado nunca recebe sanção; onde não há lugar para a esperança.

O mundo bíblico, porém, já conhece a negação da existência de Deus, de origem helenista, como disso dão conta dois textos. O mais conhecido é o Salmo 14, que começa assim:

Disse o insensato no seu coração: “Deus não existe”.
Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que pratique o bem.
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