tag:blogger.com,1999:blog-12965173927193921692024-03-13T21:18:49.880-07:00A EXISTÊNCIA DE DEUSJosé Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-74626170314018886392009-10-04T11:07:00.000-07:002010-11-27T03:33:01.785-08:00Introdução<span style="font-size: 85%;"><em></em></span><br />
<span style="font-size: 85%;"><em>Senhor, como é grande o vosso nome em toda a Terra!</em> Salmo 8<br />
<em>Disse o louco no seu coração: "Deus não existe!"</em> Salmo 14</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">Neste tempo em que homens e mulheres - idosos, de meia idade e jovens - distraídos do fundamental, cada vez se assemelham mais àqueles miúdos de que fala Jesus no Evangelho que se queixam uns aos outros de não serem ouvidos nas suas brincadeiras, colocam-se aqui alguns trechos, poucos, que nos falam dessa questão suma - a existência de Deus.</div><div style="text-align: justify;">Embora possuamos formação académica filosófica, desde há muito que não cultivamos a filosofia; por isso situar-nos-emos no campo mais alargado da cultura geral e menos nesse outro, mais específico, das profundas considerações filosóficas.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Já no séc. I a.C. Cícero escrevia em Roma que não havia nenhum povo que negasse a existência de Deus; e a investigação moderna não refutou essa constatação.</div><div style="text-align: justify;">Como chegaram então os povos à afirmação da existência de Deus (ou de Deuses)?</div><div style="text-align: justify;">Basicamente, pelos mesmos caminhos que hoje nos levam a ela: pela observação de que nada existe sem uma causa adequada, pela observação de que as leis que que regem o mundo cósmico, físico ou biológico exigem um legislador, pela observação de que a beleza e variedade do mesmo mundo impõem a afirmação duma inteligência ordenadora. Em última análise, requerem um Ser racional criador.</div><div style="text-align: justify;">É assim que está implícito por exemplo no célebre <a href="http://victorix.no.sapo.pt/salmos/salmo_008.htm">Salmo 8</a> (incompleto nesta transcrição).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Como sois grande em toda a terra, ó Senhor, nosso Deus!<br />
Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>a Lua e as estrelas que lá colocastes,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>que é o homem para que Vos lembreis dele,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>o filho do homem para dele Vos ocupardes?</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes;</em></div><div style="text-align: justify;"><em>destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés:</em></div><div style="text-align: justify;"><em>Ovelhas e bois, todos os rebanhos,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>e até os animais selvagens,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>as aves do céu e os peixes do mar,</em></div><div style="text-align: justify;"><em>tudo o que se move nos oceanos.</em></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">E a posição inversa, a da negação de um Deus criador e providente, lança o homem no abismo do total sem sentido, onde, por exemplo, a vítima nunca poderá esperar justiça proporcionada contra o seu algoz, onde o assassino não identificado nunca recebe sanção; onde não há lugar para a esperança.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O mundo bíblico, porém, já conhece a negação da existência de Deus, de origem helenista, como disso dão conta dois textos. O mais conhecido é o <a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/14">Salmo 14</a>, que começa assim:</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Disse o insensato no seu coração: “Deus não existe”.<br />
Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que pratique o bem. </em></div><div style="text-align: justify;"><em><span style="color: white;">.</span></em></div><div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 14pt;">Páginas semelhantes</span></div><div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"><a href="http://minhaalmaglorifica.free.fr/plano_do_sitio.htm">http://minhaalmaglorifica.free.fr/plano_do_sitio.htm</a></span></div><div class="MsoNoSpacing" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Times New Roman", "serif"; font-size: 12pt;"><a href="http://omelhorquetudocreremcristo.blogspot.com/">http://omelhorquetudocreremcristo.blogspot.com/</a></span></div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-83636329147781806462009-09-23T10:22:00.000-07:002012-05-05T11:08:33.731-07:00A afirmação da existência de Deus na poesia portuguesa<strong><span style="color: white; font-size: x-small;">.</span></strong><br />
<div style="text-align: center;">
<strong>A AFIRMAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE DEUS PROVADA PELAS OBRAS DA CRIAÇÃO</strong></div>
<span style="color: white;">.</span><br />
<span style="color: white;">............................................</span> Por Bocage<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<em>Bocage é um poeta muito maltratado. Esquece-se o seu melhor, que é a limpidez de intenções da sua última fase, a adesão sincera ao Cristianismo, o seu arrependimento alto e bom som proclamado: «Saiba morrer o que viver não soube!», «Rasga meus versos, crê na Eternidade!».</em></div>
<div style="text-align: justify;">
<em>Ao s</em><em>eu soneto intitulado «A existência de Deus provada pelas obras da criação», acrescenta-se, como um complemento, o «Hino a Deus».</em></div>
<br />
<br />
Os milhões de áureos lustres coruscantes<br />
Que estão da azul abóbada pendendo:<br />
O Sol e a que ilumina o trono horrendo<br />
Dessa que amima os ávidos amantes:<br />
<br />
As vastíssimas ondas arrogantes,<br />
Serras de espuma contra os céus erguendo,<br />
A leda fonte humilde o chão lambendo,<br />
Lourejando as searas flutuantes:<br />
<br />
O vil mosquito, a próvida formiga,<br />
A rama chocalheira, o tronco mudo,<br />
Tudo que há Deus a confessar me obriga:<br />
<br />
E para crer num Braço, autor de tudo,<br />
Que recompensa os bons, que os maus castiga,<br />
Não só da fé, mas da razão me ajudo.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<strong>HINO A DEUS</strong></div>
<br />
Pela voz do trovão corisco intenso<br />
Clama que à Natureza impera um Ente,<br />
Que cinge do áureo dia o véu ridente,<br />
Que veste da atra noite o manto denso:<br />
<br />
Pasmar na imensidade, é crer o imenso;<br />
Tudo em nós o requer, o adora, o sente;<br />
Provam-te olhos, ouvidos, peito e mente?<br />
Númen, eu ouço, eu olho, eu sinto, eu penso!<br />
<br />
Tua ideia, ó Grão-Ser, ó Ser divino,<br />
Me é vida, se me dão mortal desmaio<br />
Males que sofro e males que imagino:<br />
<br />
Nunca impiedade em mim fez bruto ensaio;<br />
Sempre (até das paixões no desatino)<br />
Tua clemência amei, temi Teu raio.<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<strong>A EXISTÊNCIA DE DEUS NUMA ELEGIA DE</strong> <strong>CAMÕES</strong></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<em>No começo da elegia</em> À Paixão de Cristo, Nosso Senhor<em>, tem Luís de Camões estes versos que são um convite a descobrir Deus através da Criação; chama-Lhe um «altíssimo Ser, puro e divino, / que tudo pode, manda, move e cria» e «um Padre</em> (Pai) <em>grande».</em></div>
<em><span style="color: white;">.</span></em><br />
Se quando contemplamos as secretas<br />
causas por que o mundo se sustenta,<br />
o revolver dos céus e dos planetas;<br />
<br />
e se quando à memória se apresenta<br />
este curso do Sol, que é tão medido<br />
que um ponto só não mingua nem se aumenta;<br />
<br />
aquele efeito, tarde conhecido,<br />
da Lua, em ser mudável tão constante<br />
que minguar e crescer é seu partido;<br />
<br />
aquela natureza tão possante<br />
dos céus, que tão conformes e contrários<br />
caminham, sem parar um breve instante;<br />
<br />
aqueles movimentos ordinários,<br />
a que responde o tempo, que não mente,<br />
cos efeitos da terra necessários;<br />
<br />
se quando, enfim, revolve subtilmente<br />
tantas coisas a leve fantasia,<br />
sagaz, escrutadora e diligente;<br />
<br />
vê bem, se da razão se não desvia,<br />
o altíssimo Ser, puro e divino,<br />
que tudo pode, manda, move e cria;<br />
<br />
sem fim e sem começo, um ser contino;<br />
um Padre grande, a quem tudo é possível,<br />
por mais árduo que seja ao homem indino;<br />
<br />
um saber infinito, incompreensível;<br />
üa verdade que nas coisas anda,<br />
que mora no visível e invisível.<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;">
<strong>A EXISTÊNCIA DE DEUS</strong></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="color: white;">................................</span> Pelo Visconde de Azevedo</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<i>Do Visconde de Azevedo (21/1/1809-25/12/1876) escreveu Camilo que “tinha a singularidade fenomenal de ser sábio e rico”. Teve uma intervenção cultural variada e oportuna. </i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<i>Escreveu uma fundamentada e longa carta para prefaciar o livro de Camilo </i>A Divindade de Jesus<i>, que saiu em 1865, ano da Questão Coimbrã, e que refutava principalmente Renan; publicou outra carta dirigida ao seu amigo Alexandre Herculano a refutar a argumentação que ele aduzira contra o encerramento das Conferências do Casino; foi da sua iniciativa o primeiro Congresso dos Escritores Católicos, de que foi orador de abertura; colaborou no</i> Dicionário de Inocêncio<i>; etc.<br />O seu livro</i> <a href="http://books.google.com/books?id=EJUQAAAAYAAJ&dq=%22distrac%C3%A7%C3%B5es+m%C3%A9tricas%22&printsec=frontcover&source=bl&ots=t3IIBDkOJi&sig=CGygJ7nSbE6vPqJaHXkNqeaGRv8&hl=pt-PT&ei=uNGHSuq-NJSMsAb3qpCaCA&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=2#v=onepage&q=&f"><span style="color: blue;">Distracções Métricas</span></a><i> foi colocado em linha pelo Google. Nele se encontra o soneto seguinte, escrito num período em que vários intelectuais portugueses se começavam a desviar não só da Igreja mas mesmo da crença em Deus.</i></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<i><br /></i>Essa dos altos céus magnificência,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
A terra, o ar, o fogo, o mar salgado,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
O tempo inquieto e o espaço sossegado,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
De um Criador proclamam a existência.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Em vão descrê e nega esta evidência</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Filósofo atrevido e desvairado,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Que a si mesmo e a tudo o mais criado</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Busca no cego acaso a prima essência!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Todos os seres, toda a natureza</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Mostram Autor eterno e sábio e forte,</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Que o vício odeia e que a virtude preza.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Mas a sempre infeliz humana sorte</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Faz que somente a um Deus nega ou despreza</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
Quem deve inda viver além da morte!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<strong>EXISTÊNCIA DE DEUS</strong> </div>
<br />
<span style="color: white;">.......................................</span> Pelo abade António Martins de Faria<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<em><a href="http://antomarfa.blogspot.pt/">António Martins de Faria</a> (12/9/1837- 16/10/1913) era barcelense e paroquiou e Balasar e Beiriz, da Póvoa de Varzim. Foi ainda jornalista e pregador e publicou dois livros de poemas. Era um homem culto e de agradável convívio. A sua linguagem é sempre clara, como aqui se verifica:</em></div>
<br />
Ao ver o céu, a terra, o mar, o monte,<br />
Num Ser Omnipotente,<br />
Que foi e fora sempre antes de tudo,<br />
Que forma deste mundo o conteúdo,<br />
Eu creio firmemente.<br />
<br />
Com Ele pode o homem, quando queira,<br />
De tudo dar razão,<br />
Desde o ente mais vil, em seu conceito,<br />
Até ao ser mais nobre e mais perfeito<br />
De toda a criação.<br />
<br />
Com Ele, o ser do sol, o ser da lua,<br />
Da luz e mais do ar;<br />
Com Ele, os vendavais, as maresias,<br />
Os frios, os calores, noites e dias,<br />
Bem pode perscrutar.<br />
<br />
Unido ao corpo seu estreitamente,<br />
Um outro ser também<br />
Com Ele, pode o homem descobrir,<br />
Capaz de bem amar e bem servir<br />
Na terra o Sumo Bem.<br />
<br />
Ao contrário, porém, sem Ele, o Mestre<br />
De todo o magistério,<br />
O mundo para mim, p’rà minha mente,<br />
Foi, é e será eternamente<br />
Insondável mistério.<br />
<br />
Para se crer, sem Ele, em tantos seres,<br />
Fora mister primeiro<br />
Ao estulto ateísta demonstrar<br />
Que é dever da razão acreditar<br />
Em obras sem obreiro<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1296517392719392169#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title="">[1]</a>.<br />
<br />
Mas é impossível; e portanto<br />
Num Ser Omnipotente,<br />
Que foi e fora sempre antes de tudo,<br />
Que forma deste mundo o conteúdo,<br />
Eu creio firmemente.<br />
<div style="text-align: center;">
<br />
<br />
<strong>DEUS</strong></div>
<br />
<span style="color: white;">.....................................</span> Por Alexandre Herculano<br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<em>No seu longo poema</em> <a href="http://minhaalmaglorifica.free.fr/alexandre_herculano.htm">Deus</a><em>, que tem algo de reflexão sobre a existência de Deus, escreveu Alexandre Herculano estes versos:</em></div>
<br />
Homem, ente imortal, que és tu perante<br />
A face do Senhor?<br />
És a junça do brejo, harpa quebrada<br />
Nas mãos do trovador!<br />
Olha o velho pinheiro, campeando<br />
Entre as neves alpinas:<br />
Quem irá derribar o rei dos bosques<br />
Do trono das colinas?<br />
Ninguém! Mas ai do abeto, se o seu dia<br />
Extremo Deus mandou!<br />
Lá correu o aquilão: fundas raízes<br />
Aos ares lhe assoprou.<br />
Soberbo, sem temor, saiu na margem<br />
Do caudaloso Nilo,<br />
O corpo monstruoso ao sol voltando,<br />
Medonho crocodilo.<br />
De seus dentes em roda o susto habita;<br />
Vê-se a morte assentada<br />
Dentro em sua garganta, se descerra<br />
A boca afogueada:<br />
Qual duro arnês de intrépido guerreiro<br />
É seu dorso escamoso;<br />
Como os últimos ais de um moribundo<br />
Seu grito lamentoso:<br />
Fumo e fogo respira quando irado;<br />
Porém, se Deus mandou,<br />
Qual do norte impelida a nuvem passa,<br />
Assim ele passou!<br />
<br />
<em>O leitor encontra </em><a href="http://minhaalmaglorifica.free.fr/poetas_portugueses.htm"><em>aqui</em></a><em> uma variada colectânea de poesia de tema religioso de autores portugueses.</em><br />
<br />
<a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=1296517392719392169#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span style="font-size: 85%;">[1]</span></a><span style="font-size: 85%;"> O autor está apensar no princípio de causalidade: para haver efeito, “obra”, é preciso uma causa proporcionada, um “obreiro”; aqui, Deus.</span>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-65454877393693558562009-09-23T10:08:00.000-07:002010-11-27T03:48:15.089-08:00Um pouco de filosofia<strong></strong><br />
<div style="text-align: center;"><strong>AS CINCO VIAS DE S. TOMÁS DE AQUINO</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">As Cinco Vias de S. Tomás para provar a existência de Deus partem da mais elementar experiência humana: do movimento, da causalidade, da fragilidade (contingência) das coisas, dos graus do ser, da finalidade que se reconhece no mundo.<br />
O seu autor conseguiu colocá-las para lá das limitações da ciência sua contemporânea. Todavia não se pode ignorar que elas assentam numa linguagem filosófica medieval de raiz aristotélica e por isso seria ilusão pensar que o leitor comum lhes percebe de imediato todo o sentido.</div><div style="text-align: justify;">É importante poder provar a existência de Deus a partir da realidade do mundo, pois isso significa que o mesmo Deus deixou sinais de si na sua obra: é isso que tem levado todos os Santos a cantar as maravilhas da criação. Lembre-se o <a href="http://www.bibliaonline.com.br/acf/sl/19">Salmo 19</a>, que proclama que «os céus cantam a glória de Deus» e outros textos bíblicos como o <em>Benedicite</em>, o <em>Canto do Sol</em> de S. Francisco de Assis e textos de tantos outros homens e mulheres que se extasiaram na contemplação das maravilhas criadas.</div><div style="text-align: justify;">Na Internet, é fácil encontrar reflexões sobre as Cinco Vias em diversas línguas. Veja-se nas seguintes hiperligações:</div><a href="http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/estudo/provas-da-existencia-de-deus.html">Português</a><br />
<a href="http://uk.geocities.com/frege@btinternet.com/ontological/aquinasontological.htm">Inglês</a><br />
<a href="http://200.16.86.50/digital/DERISI/DERISI-articulos/Derisi4-4.pdf">Espanhol</a><br />
<a href="http://www.salve-regina.com/Catechisme/Synthese_des_preuves_de_Dieu.htm">Francês</a><br />
<a href="http://www.hoye.de/gott/gb5viae.pdf">Alemão</a><br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;"><strong>O ABSURDO É ABSURDO</strong></div><div style="text-align: justify;"><br />
A aceitação de uma Causa e de uma Origem misteriosos é para mim mais razoável e satisfaz-me mais do que a admissão de uma misteriosa ausência de causa e de origem, ou que a afirmação, igualmente misteriosa, de uma necessária e insuperável ignorância de toda a causa e de toda a origem...</div><div style="text-align: justify;">Vem a ser o que afirmava o meu inolvidável amigo E. Mounier: "O Absurdo é absurdo".</div><div style="text-align: justify;">Para o dizer com palavras de outro grande amigo meu, J.M. Capdevila, sinto-me inclinado a preferir os Mistérios de Luz aos Mistérios de Trevas.</div><div style="text-align: justify;">Por isso, é a mesma razão, e não só a Fé, que, no momento de decidir sobre o fundamento da Realidade, me leva a admitir uma misteriosa mas positiva Existência absoluta, e recusar um vazio caótico que seria, em definitivo, igualmente misterioso.</div><div style="text-align: justify;">(<a href="http://www.mercaba.org/Fichas/TRINIDAD/202-1.htm">http://www.mercaba.org/Fichas/TRINIDAD/202-1.htm</a>)</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><strong>AH, PERANTE ESTA ÚNICA REALIDADE, QUE É O MISTÉRIO!...</strong></div><div style="text-align: center;"><br />
<span style="color: white;">......................................</span> por Álvaro de Campos</div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><em>Neste fragmento dum poema do heterónimo de Fernando Pessoa Álvaro de Campos encontra-se como que uma experiência mística de Deus como Absoluto, apesar de algumas palavras parecerem indicar outro caminho.</em></div><div align="justify" style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ah, perante esta única realidade, que é o mistério,</div><div style="text-align: justify;">Perante esta única realidade terrível — a de haver uma realidade,</div><div style="text-align: justify;">Perante este horrível ser que é haver ser,</div><div style="text-align: justify;">Perante este abismo de existir um abismo,</div><div style="text-align: justify;">Este abismo de a existência de tudo ser um abismo,</div><div style="text-align: justify;">Ser um abismo por simplesmente ser,</div><div style="text-align: justify;">Por poder ser,</div><div style="text-align: justify;">Por haver ser!</div><div style="text-align: justify;">— Perante isto tudo como tudo o que os homens fazem,</div><div style="text-align: justify;">Tudo o que os homens dizem,</div><div style="text-align: justify;">Tudo quanto constroem, desfazem ou se constrói ou desfaz através deles,</div><div style="text-align: justify;">Se empequena!</div><div style="text-align: justify;">Não, não se empequena... se transforma em outra coisa —</div><div style="text-align: justify;">Numa só coisa tremenda e negra e impossível,</div><div style="text-align: justify;">Uma coisa que está para além dos deuses, de Deus, do Destino —</div><div style="text-align: justify;">Aquilo que faz que haja deuses e Deus e Destino,</div><div style="text-align: justify;">Aquilo que faz que haja ser para que possa haver seres,</div><div style="text-align: justify;">Aquilo que subsiste através de todas as formas,</div><div style="text-align: justify;">De todas as vidas, abstractas ou concretas,</div><div style="text-align: justify;">Eternas ou contingentes,</div><div style="text-align: justify;">Verdadeiras ou falsas!</div><div style="text-align: justify;">Aquilo que, quando se abrangeu tudo, ainda ficou fora,</div><div style="text-align: justify;">Porque quando se abrangeu tudo não se abrangeu explicar por que é um tudo,</div><div style="text-align: justify;">Por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa, por que há qualquer coisa!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Minha inteligência tornou-se um coração cheio de pavor,</div><div style="text-align: justify;">E é com minhas ideias que tremo, com a minha consciência de mim,</div><div style="text-align: justify;">Com a substância essencial do meu ser abstracto</div><div style="text-align: justify;">Que sufoco de incompreensível,</div><div style="text-align: justify;">Que me esmago de ultra-transcendente,</div><div style="text-align: justify;">E deste medo, desta angústia, deste perigo do ultra-ser,</div><div style="text-align: justify;">Não se pode fugir, não se pode fugir, não se pode fugir!</div>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-70517293668699018142009-09-23T10:04:00.000-07:002010-11-27T03:53:13.652-08:00Outras reflexões sobre a existência de Deus<strong></strong><br />
<div style="text-align: center;"><strong>DARWIN E A CRIAÇÃO</strong><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;">E então a nossa razão, perscrutando o porquê de toda a esta criação maravilhosa, ouve também e sobretudo que os céus anunciam a Bondade de Deus!</div><div style="text-align: justify;">E o coração sente-se forçado a amá-lo.</div><div style="text-align: justify;">Uma tradutora francesa das obras de Darwin enviava-lhe os parabéns por ele ter suprimido em sua evolução a ideia da criação. Não sabia que Darwin escrevera: «Eu nunca fui ateu nem neguei nunca a existência de Deus»! O filósofo respondeu-lhe: «a teoria da evolução é perfeitamente compatível com a crença em Deus. A impossibilidade de conceber que este grande e admirável universo, com o nosso eu consciente, apareceu por acaso, parece-me o argumento principal da existência de Deus». Cfr. D'Herbigny, <em>Théologie du Révélé</em>.</div><br />
<div style="text-align: center;"><strong>ROUSSEAU E A EXISTÊNCIA DE DEUS</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">Em vista de tantas provas óbvias e ao alcance de todos, que admira se lhe venha juntar ainda outra: o consenso universal de todos os povos na existência de um Ser Supremo a quem todos os homens estão sujeitos? Sim: que insignificante o número dos que através das idades se lembraram de gritar que não há Deus, se os cotejarmos com os que afirmam a Deus?!</div><div style="text-align: justify;">No coro universal da humanidade essas vozes diluem-se de tal modo que mal chegam a desafinar no conjunto, ninguém nega a Deus — concluía Santo Agostinho — a não ser aquele a quem convinha que não existisse» (1).</div><div style="text-align: justify;">Até Rousseau confirmava «que se alguém se esforça por rejeitar a existência de Deus é porque os seus costumes lho fazem temer» e dizia também: «ponde a alma em estado desejar que haja Deus e já não duvidareis da sua existência» (2).</div><br />
(1) <em>Tract., 70, in Joan</em>.<br />
(2) Cit. por Mgr. Rutten, Bispo de Liége, na Semaine religieuse de Namur.<br />
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<div style="text-align: center;"><strong>CREDO! CREIO!</strong></div><br />
<div style="text-align: justify;">Hoje, hora de impiedade e de crime em que se divide o mundo em dois partidos: os que são por Deus e os que são contra Deus, põe-se-nos de novo e urgentemente a interrogação: Crês num só Deus? A resposta tem que ser um grito da alma e de todo o nosso ser; um brado que ecoe na terra toda como um protesto e suba ao céu em acto solene de reparação à glória de Deus ultrajada: Credo: Creio!</div><br />
<em>Os três textos anteriores são extraídos do livro</em> Regresso ao Lar<em>, do jesuíta Mariano Pinho.</em>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-64091315442905601952009-09-23T10:01:00.000-07:002009-11-02T07:39:49.668-08:00Na Mão de Deus<strong></strong><em></em><br /><em>Antero de Quental acreditou em Deus, deixou depois de acreditar, mas desejava acreditar. Mas não chegou até aí, ao contrário do que se passou com os seus contemporâneos Guerra Junqueiro ou Gomes Leal e mais tarde Leonardo Coimbra. Ainda assim mandou que se colocasse a fechar o seu livro de sonetos o poema seguinte:</em><br /><br />Na mão de Deus, na sua mão direita,<br />Descansou afinal meu coração.<br />Do palácio encantado da Ilusão<br />Desci a passo e passo a escada estreita.<br /><br />Como as flores mortais, com que se enfeita<br />A ignorância infantil, despojo vão,<br />Depus do Ideal e da Paixão<br />A forma transitória e imperfeita.<br /><br />Como criança, em lôbrega jornada,<br />Que a mãe leva ao colo agasalhada<br />E atravessa, sorrindo vagamente,<br /><br />Selvas, mares, areias do deserto...<br />Dorme o teu sono, coração liberto,<br />Dorme na mão de Deus eternamente!<br /><br /><span style="font-size:85%;"><strong>Nota final<br /></strong>Já tínhamos uma página sobre este tema da Existência de Deus, mas queríamos actualizá-la. Como não conseguíamos aceder a ela, em virtude de nos ter sido roubada a palavra-passe (alguém penetrou na nossa caixa de correio electrónico e alterou a chave de acesso), optámos por criar outra, esta.</span>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1296517392719392169.post-26910527158079397582009-09-23T09:59:00.000-07:002010-03-19T09:31:46.455-07:00O canto do amor de Deus<em></em><br /><em>Sobre Deus, há duas questões interligadas e fundamentais: a primeira pergunta sobre a sua existência e a e a segunda pela sua natureza, ou seja, como é que eu me devo relacionar com Ele. Na sua reflexão sobre elas, os filósofos chegaram por vezes a conclusões muito difíceis de aceitar ou até falsas. Como o único Deus que existe é aquele que se revelou plenamente nos textos bíblicos, colocamos aqui alguns dos mais belos salmos. Falam-nos principalmente da sua natureza, isto é, do seu amor.</em><br /><br /><a name="_Toc169539554"><strong>Hino de Acção de Graças </strong></a><br />Salmo 100<br /><br />Aclamai o Senhor, terra inteira,<br />servi ao Senhor com alegria,<br />vinde à sua presença com cânticos de júbilo!<br />Sabei que o Senhor é Deus;<br />foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-lhe,<br />somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho.<br />Entrai pelas suas portas em acção de graças;<br />entrai nos seus átrios com hinos de louvor;<br />glorificai-o e bendizei o seu nome!<br />O Senhor é bom! O seu amor é eterno!<br />É eterna a sua fidelidade!<br /><br /><strong>Os Céus proclamam a glória de Deus</strong><br />Salmo 19<br /><br />Os Céus proclamam a glória de Deus,<br />o firmamento anuncia as obras das Suas mãos!<br />Um dia transmite ao outro a palavra<br />e uma noite à outra noite dá a notícia!<br />Não são ditos nem discursos de que se não perceba a voz;<br />por toda a Terra caminha o seu eco,<br />até aos confins do Universo a sua palavra!<br />Lá no alto, Deus armou uma tenda para o Sol,<br />que sai como um esposo do seu tálamo<br />e exulta como um herói,<br />a percorrer o seu caminho!<br />Sai de uma extremidade do céu,<br />e no seu percurso alcança a outra extremidade<br />e nada se subtrai ao seu calor!<br />A lei do Senhor é aprazível,<br />reconforta o espírito;<br />os Seus testemunhos são fiéis,<br />tornam sábio o homem simples!<br /><br /><br /><a name="_Toc169539556"><strong>Louvai a Deus, Céus e Terra</strong></a><strong><br /></strong>Salmo 148<br /><br />Aleluia!<br />Louvai ao Senhor do alto dos céus;<br />louvai-o nas alturas!<br />Louvai-o, todos os seus anjos;<br />louvai-o, todos os seus exércitos celestes!<br />Louvai-o, Sol e Lua;<br />louvai-o, estrelas luminosas!<br />Louvai-o, alturas dos céus<br />e águas que estais acima dos céus!<br />Louvem todos o nome do Senhor,<br />porque Ele deu uma ordem e tudo foi criado;<br />Ele fixou tudo pelos séculos sem fim<br />e estabeleceu leis a que não se pode fugir!<br />Da terra, louvai o Senhor;<br />monstros do mar e todos os abismos;<br />fogo e granizo, neve e neblina;<br />vento tempestuoso, que obedece à sua palavra;<br />montanhas e todas as colinas;<br />árvores de fruto e todos os cedros;<br />feras e todos os rebanhos;<br />répteis e aves que voam!<br />Louvai-o, reis do mundo e todos os povos;<br />todos os chefes e governantes do mundo;<br />os jovens e as donzelas,<br />os velhos e as crianças!<br />Louvem todos o nome do Senhor,<br />pois só o seu nome é sublime<br />e a sua glória está acima do céu e da terra!<br />Ele engrandeceu a força do seu povo,<br />Ele é a honra de todos os seus fiéis,<br />dos filhos de Israel, seu povo amigo.<br />Aleluia!<br /><br /><br /><span style="font-size:130%;color:#cc9933;">19/10/09 - Declarações de Saramago</span><br /><br />"Na Igreja Católica <em>(o livro</em> Caim<em>)</em> não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia, só a hierarquia, e eles não estão para se incomodar com isso. Admito que o livro possa incomodar os judeus, mas isso pouco me importa".<br />"Sobre o livro sagrado, eu costumo dizer: lê a Bíblia e perde a fé!"<br />"A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!"<br /><br /><em>Pessoalmente, li a Bíblia, toda, mais que uma vez, embora seja leigo, e não perdi a fé. </em><br /><em>Pelo contrário, fiquei a saber melhor no que acredito.</em><br /><em>"Deus é amor", vi eu lá, e é neste Deus que creio.</em><br />"O Senhor é bom! O seu amor é eterno!<br />É eterna a sua fidelidade!"<br /><em>Pouco me importa o que Saramago diz.</em>José Ferreirahttp://www.blogger.com/profile/12998775423781902109noreply@blogger.com0